Ensino e Aprendizagem

Os modelos tradicionais de ensino e aprendizagem necessitam de uma reflexão e reestruturação profundas.

O seguinte conjunto de esquemas, proposto por Milton Petruk , poderá lançar alguma luz sobre esta questão:

[1º esquema]

Temos aqui representado, de uma forma simples, o modelo estrutural do que temos vindo a chamar ensino, ao longo dos séculos, neste contexto ocidental, e que ainda hoje muitos subscrevem na sua essência (mesmo que experimentando novas estratégias pedagógicas): O professor, detentor de um acesso privilegiado à informação, transmite-a a um conjunto de alunos que aguardam a sua assimilação.

O que, entretanto, se tem vindo a passar exige da nossa parte uma postura de natureza radicalmente diferente:

[2º esquema]

Por um lado, a informação cresceu em quantidade, expandiu-se em todas as direções e faz cada vez mais uso dos mais diversos meios de propagação; por outro lado, os ramos do saber tendem cada vez mais a sobrepor-se e a criar áreas híbridas de inter-dependência; e, por fim, o nosso acesso a todo o tipo de informação tem vindo a ser cada vez mais facilitado.

Resumindo, temos mais e mais informação, cada vez mais diversa e complexa, que nos chega mais facilmente, a nós professores e a nós alunos. Este cenário confronta-nos com dois dados novos: Primeiro, o aluno vai receber informação da sua área sem que esta passe pelo professor; Segundo, a quantidade de informação ao dispor é demasiado grande e evolui demasiado depressa para que o professor possa abarcá-la na sua totalidade.

Isto conduz-nos a um terceiro quadro:

[3º esquema]

É curioso como, deste modo, podemos constatar literalmente a expressão, tantas vezes utilizada, de que o professor pode aprender com os alunos — e reconhecer que ela é hoje mais verdadeira que nunca. O que será, então, o mundo de amanhã, mais particularmente: o que será o ensino e a aprendizagem na era que se avizinha?

 

 

[4º esquema]

Provavelmente encontraremos uma estrutura correspondente à apresentada neste último gráfico, em que a hierarquia desaparece em favor de uma submersão comitiva neste mar da informação.

Assim, e retomando o contexto pedagógico, feito de experiência e informação ao dispor de todos os intervenientes, o saber será então compartilhado, e o aluno será o grande questionador, passando o professor a um plano mais discreto, mas não menos importante. O seu papel é de cada vez maior responsabilidade, exatamente porque terá que orientar e moderar permanentemente as descobertas dos alunos, e estimular o seu espírito crítico e criativo. O professor terá desta forma a seu cargo, mais do que a transmissão da informação, o moderar da aquisição de experiência por parte dos alunos.

MARIA MANUELA PEREIRA PINTO DOURADO ALVELOS

Universidade de Aveiro

(Org. por Sérgio Biagi Gregório)

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