De Laurêntis
O orador ou expositor, a fim de que possa fazer-se ouvido, usa de recursos que lhe são próprios por meio de gestos e palavras. Os gestos e as palavras lhe permitem que, durante uma peça oratória, possa anunciar o seu pensamento.
Ao que se refere às palavras, damos o nome de expressão verbal.
Estes recursos são os seguintes:
DICÇÃO OU DIÇÃO |
- Modo de dizer; arte de dizer, de recitar. |
TONALIDADE |
- Harmonia de sons que seguem os seus encadeamentos. |
TIMBRE |
- Qualidade distinta da voz no que diz respeito às alturas (Volume) e intensidade (Energia). |
PRONÚNCIA |
- Maneira de articular os sons. |
VOLUME |
- Grau de energia; Força da voz; Potência. |
ÊNFASE |
- Entonação da voz em certos vocábulos. Relevo ou destaque de pronúncia. Costuma-se dizer também colorido. |
Os pontos mais importantes do quadro acima são: a Dicção ou dição e a pronúncia. A beleza da arte de dizer as coisas ou toda a sua força está na combinação dos tons e na habilidade de saber dispô-las.
Por exemplo:
Num momento de entusiasmo, de alegria e de emoção o tom de voz deve ser o da peroração, que é o momento em que se apela para esses sentimentos.
Assuntos delicados exigem voz suave clara e agradável.
Assuntos solenes exigem um bom timbre de voz, isto é, volumosa e declamatória.
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NECESSIDADE DE SE EDUCAR A VOZ
O mérito de um orador não está, como geralmente se pensa, apenas no texto dos seus discursos, ou então, apenas nas palavras, mas, também, na sua voz.
Por isso mesmo, todo o orador tem que ter em mente que precisa procurar melhorar sempre a sua voz.
Entre os homens, por exemplo, uma voz mal trabalhada, mal exercitada, colocada num resmungo, ou num murmúrio, ou então, colocada com estridência (alta demais), na maioria das vezes põe a perder o brilho de textos bem estruturados e repletos de informações e citações educativas.
Entre as mulheres dá-se o mesmo quando, desavisadas e até por hábito, fala em tom choroso com voz esganiçada (aguda). Geralmente a mulher coloca a sua voz em tom nasal, o que a torna quase inaudível.
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A BASE DA VOZ: A RESPIRAÇÃO
A respiração correta é aquela que enche os pulmões de ar permitindo que uma pessoa, dado certo de exercícios, aumenta o fôlego(1).
Isto dá ao expositor maior alcance de voz. Porém, é necessário que saiba educar a saída do ar: a garganta e a boca devem se abrir de forma farta e tranquila ao falar. Contudo, de forma discreta, delicada e sem exagero.
Todos os músculos faciais e o aparelho de fonação(2) precisam estar relaxados ou afrouxados para evitar as mudanças da tonalidade de voz, o que acontece com muita freqüêcia, principalmente com os novatos, devido ao nervosismo.
Tentar também evitar o defeito da hipertonia (3) ou a hipotonia vocal(4).
Por isso mesmo é muito importante que o orador não somente conheça a sua própria voz, em matéria de tonalidade e timbre, como também saiba mantê-la sob controle, consciente de que somente assim estará dando força às suas expressões verbais.
Ademais, terá meios de considerar melhor as dimensões do auditório onde fará o seu discurso, quer dizer, projetará a sua voz o suficiente para apenas preencher os espaços ambientais, sem risco de saturá-lo.
(1) Fôlego - Sopro; vento que se faz impelindo o ar com a boca; ação de expelir o ar aspirado.
(2) Fonação - Aparelho responsável pela produção fisiológica da voz.
(3) Hipertonia vocal - Falar alto em demasia.
(4) Hipotonia vocal - Falar muito baixo.
Exemplo: os cantores profissionais aprendem a manter a língua encostada na parte inferior da boca para que ela não estorve a saída do som.
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